quinta-feira, 4 de junho de 2009

Solidão

Em conversa ontem de café com um "primo" meu, entre aspas porque não o somos mesmo, mas tratamo-nos como tal pela afinidade de famílias e porque me conhece desde miúdo, homem cinquentão, conhecido na cidade pelo seu ar bonacheirão, pela forma como vive a vida, por ser castiço e muito pelo dinheiro e bens que tem.
Solteirão, bon-vivant, sempre disponível para umas voltinhas sexuais, frequentador de chats, financiador de estudantes universitárias no seu tempo livre nocturno, adorador de brasileiras amigas, este homem ontem queixava-se que tomava comprimidos para dormir para combater a solidão.
Ao lhe perguntar porque não tem uma namorada, a resposta foi célere: porque não quero quem se venha aproveitar do meu dinheiro!
Ainda insisti que nem toda a gente é assim e de que o dinheiro com que ficará também não lhe servirá de muito... Irredutível!
Como solução, apontei ele arranjar uma mulher também com posses, assim não teria receios, ao que respondeu que era feio demais e que elas teriam pretendentes giros e novos para partilhar...
Conclusão, fiquei a matutar nisto, no difícil que é acreditar que se é amado pelo que é e não pelo que se tem...
As desconfianças, os medos, as reservas, a desigualdade numa relação...
Foi dos poucos dias em que me senti feliz por ser um teso!
Porque por mim, só se apaixonará pelo que sou e não pelo que (não) tenho...
Se o "invejo" e admiro pelo que tem e construiu, ontem senti que realmente o dinheiro nem sempre ajuda à felicidade...

1 comentário:

  1. Ao fim de alguns anos de experiencia concordo plenamente com o teu "primo" e principalmente contigo, se bem que prefiro que ninguém se apaixone nem pelo que tenho, nem pelo que sou, porque prefiro momentos repletos a uma vida vazia por acomodação, prefiro o fascínio do momento e da sedução ao amor rotineiro, sem novidade e que com o tempo perde o sal.
    bjs

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